Inutilidade Parlamentar

Contra o povo, bolsonaristas fazem nova chantagem por anistia e ameaçam travar votações

Parlamentares pressionam por anistia aos atos de 8 de janeiro e ameaçam obstruir votações na Câmara

JR Vital
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JR Vital
JR Vital é jornalista e editor do Diário Carioca. Formado no Rio de Janeiro, pela faculdade de jornalismo Pinheiro Guimarães, atua desde 2007, tendo passado por...
Deputados bolsonaristas pedem “anistia já” no plenário da Câmara. Foto: Bruno Spada/ Câmara dos Deputados

Deputados bolsonaristas aumentaram a pressão na Câmara dos Deputados para que o projeto de anistia aos golpistas de 8 de janeiro de 2023 seja votado. O presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), resiste à pressão e evita pautar o texto. Em resposta, aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro ameaçam obstruir votações.

Líderes partidários concordam com a estratégia de Hugo Motta e consideram que não é o momento adequado para discutir a anistia. Apesar disso, o projeto tem apoio da maioria das bancadas. Os bolsonaristas insistem que a votação deve ocorrer diretamente no plenário, através de um requerimento de urgência.

Coleta de assinaturas e estratégia do PL

O PL, partido de Bolsonaro, tenta acelerar a tramitação do projeto. Os deputados da sigla já reuniram 156 assinaturas, mas precisam de 257 para aprovar o requerimento de urgência. Apenas a bancada do partido tem 92 deputados.

Aliados de Hugo Motta defendem resistir à pressão e empurrar o projeto para uma comissão especial, onde a tramitação é mais lenta.

Ameaça de obstrução nas votações

Os bolsonaristas articulam o uso de manobras regimentais para impedir o andamento dos trabalhos no Congresso. O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), afirmou que a obstrução será conduzida de forma estratégica.

“Estamos botando lentamente as matérias de importância para o país”, disse Sóstenes.

Até o momento, os bolsonaristas não conseguiram impedir votações importantes, como a Lei da Reciprocidade, que teve apoio de governistas e ruralistas. Além disso, as comissões da Câmara aprovaram listagens de emendas de comissão, uma medida que atende ao ministro do STF Flávio Dino para liberação de recursos.

Segundo Sóstenes Cavalcante, o PL optou por apoiar a votação das emendas, mas “a contragosto”.

“A gente gostaria de obstruir ali, mas analisamos que isso poderia ser o famoso tiro no pé nosso e perder votos para a anistia porque os deputados teriam suas emendas não pagas”, explicou Sóstenes.


Entenda o caso: a disputa pela anistia aos atos de 8 de janeiro

  • Bolsonaristas pressionam a Câmara para votar anistia aos envolvidos nos ataques de 8 de janeiro de 2023.
  • O presidente da Câmara, Hugo Motta, evita pautar o tema e busca uma tramitação mais lenta.
  • O PL coletou 156 assinaturas, mas precisa de 257 para levar a votação diretamente ao plenário.
  • Parlamentares bolsonaristas ameaçam travar votações para pressionar Motta.
  • A estratégia de obstrução não impediu aprovação da Lei da Reciprocidade e de emendas de comissão.
  • Flávio Dino, ministro do STF, pediu a liberação de recursos para as emendas.

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JR Vital é jornalista e editor do Diário Carioca. Formado no Rio de Janeiro, pela faculdade de jornalismo Pinheiro Guimarães, atua desde 2007, tendo passado por grandes redações.