Brasília – Às vésperas de ser denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) retomou ataques ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Durante uma live neste sábado (15), Bolsonaro afirmou, sem apresentar provas, que o TSE utilizou recursos estrangeiros para influenciar a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2022.
Em sua transmissão, Bolsonaro sugeriu que a campanha do TSE para estimular jovens de 16 anos a tirarem o título de eleitor contou com verbas externas. Segundo ele, essa ação garantiu “dois milhões de votos para Lula”. Contudo, a campanha do TSE acontece regularmente em anos eleitorais e não foi uma iniciativa exclusiva da última disputa.
Bolsonaro retoma ataques ao Judiciário
A postura adotada na live marca uma mudança em relação ao comportamento recente do ex-presidente. Desde que se tornou inelegível, Bolsonaro vinha evitando ataques diretos ao Judiciário. No entanto, agora voltou a criticar o ministro Alexandre de Moraes, a quem já havia chamado de “canalha” no passado.
Aliados de Bolsonaro acreditam que a iminente denúncia da PGR, sob comando do procurador-geral Paulo Gonet, pode ter motivado essa estratégia. A acusação deve ser formalizada antes do Carnaval, e Bolsonaro pode enfrentar até 28 anos de prisão caso receba a pena máxima pelos crimes investigados.
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Fake news sobre Usaid e suposta censura
Outro ponto levantado por Bolsonaro foi a repetição da tese de que a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (Usaid) influenciou o resultado das eleições brasileiras. Segundo ele, se não fosse essa intervenção, ele ainda estaria na Presidência. Contudo, a Usaid atua com projetos assistenciais e não há evidências de participação em processos eleitorais.
A narrativa se baseia em declarações de Mike Benz, ex-funcionário do Departamento de Estado dos EUA, que também não apresentou provas. Ele alega que a agência financiou projetos para pressionar a aprovação de leis contra a desinformação e para apoiar advogados que atuaram junto ao TSE.
Discurso antivacina volta à tona
Na live, Bolsonaro também reforçou sua posição contra a vacina da Covid-19, afirmando, sem base científica, que “quem não está imunizado tem menos chance de contrair e morrer de Covid”. Essa declaração contraria evidências científicas que demonstram a eficácia das vacinas na prevenção de casos graves e mortes.
Entenda o caso: a ofensiva de Bolsonaro contra o TSE
- Denúncia da PGR: Bolsonaro deve ser denunciado por múltiplos crimes e pode pegar até 28 anos de prisão.
- Ataques ao TSE: Ex-presidente acusa tribunal de influenciar eleição de Lula sem apresentar provas.
- Fake news sobre Usaid: Narrativa bolsonarista sugere, sem evidências, que EUA financiaram a oposição.
- Discurso antivacina: Bolsonaro volta a propagar desinformação sobre a Covid-19.