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Com fim do governo Bolsonaro, Brasil sobe 47 posições em ranking global de liberdade de imprensa

País melhora após fim do governo Bolsonaro, mas cenário global da imprensa segue em queda

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Equipe de jornalistas do Jornal DC - Diário Carioca

O Brasil avançou 47 posições no Ranking Mundial da Liberdade de Imprensa de 2025, divulgado pela Repórteres Sem Fronteiras (RSF). Agora, o país ocupa o 63º lugar entre 180 nações avaliadas. A melhora reflete a redução da hostilidade contra jornalistas após o término do governo de Jair Bolsonaro.

Apesar desse progresso, o relatório aponta que a liberdade de imprensa global piorou em 2025. Pela primeira vez, metade dos países apresenta situação considerada “ruim”, e a pontuação média mundial caiu para menos de 55 pontos.

Brasil avança, mas desafios persistem

O salto brasileiro no ranking é atribuído à diminuição das tensões entre governo e imprensa. A RSF destaca que o ambiente de hostilidade enfrentado por jornalistas durante o governo anterior contribuiu para a baixa posição do país em anos anteriores.

Contudo, o relatório ressalta que a violência contra profissionais da mídia ainda é um problema. O Brasil permanece como um dos países mais perigosos para jornalistas na América Latina, com casos de ameaças, perseguições e agressões físicas.

Concentração de mídia e pressões econômicas

A RSF aponta que a concentração de propriedade dos meios de comunicação e as pressões econômicas comprometem a independência editorial. A ausência de mecanismos claros de apoio público e a influência de anunciantes dificultam a sustentabilidade do jornalismo independente.

“Sem independência econômica, não há imprensa livre”, afirma Anne Bocandé, diretora editorial da RSF.

Quedas significativas em outros países

Enquanto o Brasil apresentou melhora, outros países registraram quedas expressivas no ranking. A Argentina caiu para a 87ª posição, com o governo de Javier Milei sendo acusado de estigmatizar jornalistas e desmantelar a mídia pública. O Peru desceu para o 130º lugar, devido a assédio judicial contra jornalistas e repressão à mídia independente.

Nos Estados Unidos, a liberdade de imprensa atingiu seu pior nível histórico, com o país ocupando a 57ª posição. A administração de Donald Trump foi criticada por ataques à mídia, cortes de financiamento e aumento da polarização.

Regiões de alto risco para jornalistas

O Oriente Médio e o Norte da África continuam sendo as regiões mais perigosas para o exercício do jornalismo. A RSF destaca o “massacre do jornalismo em Gaza” por forças israelenses. Todos os países dessas regiões, exceto o Catar (79º), estão em situação classificada como “difícil” ou “muito grave”.

Impacto das big techs e desinformação

O relatório responsabiliza as grandes empresas de tecnologia pelo enfraquecimento da imprensa tradicional. O domínio de gigantes como Google, Apple, Facebook, Amazon e Microsoft na distribuição de conteúdos impacta diretamente as receitas publicitárias que sustentam o jornalismo.

Além disso, essas plataformas são apontadas como vetores de desinformação e conteúdo manipulado, agravando o ambiente para o trabalho jornalístico sério e independente.

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