Brasília, 10 de junho de 2025 – Enquanto era interrogado no Supremo Tribunal Federal (STF), o ex-presidente Jair Bolsonaro foi flagrado trocando mensagens com a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. Em um gesto aparentemente banal — uma selfie e emojis no WhatsApp —, surgiram pistas que alimentam teorias de fuga e ironias políticas. A cena não passou despercebida.
Conversa íntima, emojis suspeitos
A cena foi capturada pelas lentes do fotógrafo Brenno Carvalho: Bolsonaro, com expressão tensa, envia uma selfie à esposa. Michelle responde carinhosamente: “Lindo. Meu gato”. Mas o detalhe está nos ícones usados — e revelados pela aba de emojis recentes do ex-presidente.
Além dos corações e do tradicional “joinha”, havia ali símbolos curiosos: aviões, porco, galinha, baleia, ratos, melancia e a indefectível bandeira do Brasil.
Aviões na tela, fuga no radar?
Os dois emojis de avião, entre os mais usados por Bolsonaro, chamaram a atenção de bastidores políticos e da imprensa. Estariam relacionados a conversas sobre uma possível fuga internacional? A dúvida surgiu em paralelo à debandada de aliados próximos, como Eduardo Bolsonaro e Carla Zambelli, ambos fora do país nas últimas semanas.
O emoji pode não provar nada, mas reforça o clima de paranoia e desconfiança que cerca o entorno bolsonarista, especialmente após a reta final do processo que pode levá-lo à prisão ainda este ano.
Animais e códigos da extrema direita
Outros emojis sugerem mais do que aleatoriedade. A melancia, por exemplo, é usada por bolsonaristas radicais para se referir a militares “traidores” — verdes por fora, vermelhos por dentro —, acusando-os de serem “comunistas disfarçados”.
Já os porcos e ratos costumam aparecer em mensagens bolsonaristas quando se fala de delatores, como Mauro Cid, que entregou detalhes sobre a “minuta do golpe”.
Não é a primeira vez que símbolos visuais — sejam bandeiras, emojis ou memes — são usados para comunicar códigos políticos. No bolsonarismo, esse tipo de linguagem tem raízes profundas em campanhas de desinformação e mobilização digital.
STF, tensão e vigilância digital
Durante a audiência no STF, o clima foi tenso. Bolsonaro manteve a estratégia de negar participação em qualquer tentativa de golpe, mas não convenceu ministros da Primeira Turma.
Segundo apurou o Diário Carioca, a defesa tenta suavizar a imagem do ex-presidente, enquanto aliados discutem “saídas” que vão desde asilo político até mobilização internacional — o que explica, talvez, o uso recorrente do emoji de avião.
Michelle: apoio afetivo ou mensagem política?
A troca com Michelle Bolsonaro também pode ter outra leitura. Enquanto ela o chama de “gato” e envia emojis amorosos, a exposição pública da conversa em um momento tão delicado pode ser uma forma de reforçar a narrativa de perseguição e união familiar.
É uma tática conhecida: humanizar o réu e gerar empatia, especialmente entre os fiéis seguidores que ainda enxergam o casal como símbolo de moral conservadora.
O que está em jogo
A revelação dos emojis de Bolsonaro não é só um detalhe curioso: revela o grau de pressão psicológica, improviso e comunicação paralela que permeia o atual momento político.
Com o processo no STF em estágio avançado, a prisão do ex-presidente entre julho e outubro é considerada certa por aliados e advogados, como revelou o Diário Carioca nesta reportagem.
O Carioca Esclarece:
A leitura dos emojis pode parecer insignificante, mas na política do bolsonarismo, nada é por acaso. Ícones são linguagem. E fuga é tema real em discussões internas.
FAQ
1. Bolsonaro pode realmente fugir do Brasil?
É possível, embora improvável neste momento. O passaporte está retido por decisão do STF, mas aliados próximos já deixaram o país, o que levanta suspeitas. Fonte: O Globo.
2. O que significa o emoji da melancia para bolsonaristas?
É usado para acusar militares de serem comunistas disfarçados: verdes por fora, vermelhos por dentro — uma metáfora para suposta traição ideológica. Fonte: BBC Brasil.
3. Qual o impacto político dessa exposição?
Humaniza Bolsonaro perante seu público, mas alimenta teorias e desconfiança entre juristas e adversários. Mostra fragilidade emocional em momento decisivo no STF. Fonte: Folha de S.Paulo.
