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Trump é proibido de deportar venezuelanos com lei de 1798

Donald Trump não poderá seguir deportando venezuelanos com base na antiga Lei de Inimigos Estrangeiros, segundo decisão temporária da Suprema Corte dos Estados Unidos divulgada neste sábado (19). O ex-presidente usou a norma de 1798 para expulsar supostos membros da gangue Tren de Aragua, medida agora suspensa após denúncias de abuso.

A ACLU (União Americana pelas Liberdades Civis) acusou o governo de violar exigências impostas pelo próprio tribunal, como o direito à notificação e revisão judicial. A Corte ordenou a suspensão imediata das deportações até nova análise.

Lei de 1798 volta ao centro da política

A norma, criada no século XVIII, autoriza a deportação de estrangeiros sem julgamento em cenários de guerra ou ameaça externa. Contudo, seu uso permanece raro. Trump acionou a legislação em 15 de março, sendo apenas a quarta vez em mais de dois séculos.

As ocasiões anteriores ocorreram durante a Segunda Guerra Mundial, quando o governo americano usou a mesma lei contra cidadãos japoneses, italianos e alemães.

Suprema Corte impõe nova restrição

Em outubro, a Corte já havia autorizado o uso da lei, porém impôs limites: o governo precisaria avisar os alvos das expulsões com antecedência e garantir o direito à revisão judicial. No entanto, segundo a ACLU, o Executivo ignorou esses requisitos.

A decisão recente, não assinada, determina que “o governo está instruído a não remover nenhum membro do grupo provisório de detidos dos Estados Unidos até nova ordem desta Corte”.

Governo ignorou ordem judicial

Mesmo após ordem judicial do juiz federal James Boasberg, o governo manteve dois voos com deportados para El Salvador. Autoridades alegaram que os aviões já estavam no ar quando a decisão chegou por escrito.

Trump reagiu nas redes sociais chamando o juiz de “lunático da esquerda radical” e pediu seu impeachment. A declaração provocou resposta do presidente da Suprema Corte, John Roberts, que criticou o tom adotado.

Juíza compara tratamento a nazistas

Durante audiência no Tribunal de Apelações, a juíza Patricia Millett fez uma crítica contundente à aplicação da lei: “Nazistas receberam um tratamento melhor sob a Lei de Inimigos Estrangeiros”.

Casos levantam suspeitas

Parentes de deportados negam qualquer ligação com organizações criminosas. Um dos casos mais comentados é o de um treinador de futebol venezuelano. Ele foi expulso por ter uma tatuagem associada, de forma errada, à Tren de Aragua. A marca era, na verdade, uma homenagem ao Real Madrid, clube espanhol.

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