Rio de Janeiro – Em uma reunião marcada pela busca por soluções para os desafios globais, o chanceler brasileiro Mauro Vieira afirmou que o BRICS deve ser uma força estabilizadora no cenário internacional. A declaração foi feita durante a abertura da reunião de ministros das Relações Exteriores do bloco, realizada no Palácio do Itamaraty, no Rio de Janeiro.
Vieira destacou que o grupo, que conta agora com 11 Estados-membros, possui uma “posição única” para promover a paz e a segurança mundial. “O caminho para a paz não é fácil nem linear, mas o BRICS pode e deve ser uma força para o bem”, afirmou o chanceler. Ele frisou que o bloco tem o compromisso de corrigir conflitos através da cooperação e da promoção de um mundo multipolar, onde a segurança seja um direito de todos os países.
A expansão e a diversidade do BRICS
A reunião, que contou com representantes de diversos países, também abordou o crescimento do bloco, que agora representa quase metade da população mundial. A diversidade de seus membros, com realidades políticas e sociais distintas, coloca o BRICS em uma posição privilegiada para atuar na resolução de crises globais por meio do diálogo multilateral.
Conflitos internacionais em foco
Durante seu discurso, Mauro Vieira não deixou de abordar questões atuais que afetam a estabilidade mundial. Em relação ao conflito na Faixa de Gaza, ele classificou a intensificação das operações militares israelenses como uma situação “devastadora”, que exige a imediata implementação de um cessar-fogo. Vieira pediu que as partes envolvidas cumpram os termos acordados e iniciem negociações para a paz duradoura.
Quanto à guerra na Ucrânia, o chanceler reafirmou a necessidade de uma solução diplomática, conforme os princípios da Carta das Nações Unidas. O Brasil, em parceria com a China, propôs a realização de uma conferência de paz, além de garantir o acesso a ajuda humanitária às áreas afetadas.
Reformas nas instituições internacionais
Em seu pronunciamento, o chanceler também ressaltou a importância de reformas nas principais instituições internacionais, como o Conselho de Segurança da ONU, a fim de refletir as novas realidades geopolíticas. Ele enfatizou a necessidade de diplomacia preventiva para tratar as causas profundas dos conflitos, e o investimento em iniciativas de paz como fundamentais para a estabilidade global.
BRICS como mediador em tempos de crise
A reunião no Rio ocorre em um momento delicado para o cenário global, com tensões políticas em várias regiões e o crescimento do protecionismo internacional. Mauro Vieira e outros representantes do bloco reafirmaram o compromisso do BRICS em atuar como mediador, buscando soluções diplomáticas para equilibrar as tensões e promover a paz por meio da cooperação entre os países membros.
