Morre Mirta Baravalle, fundadora das Mães da Praça de Maio

Lutadora pelos direitos humanos na Argentina parte aos 99 anos sem encontrar neto desaparecido

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JR Vital é jornalista e editor do Diário Carioca. Formado no Rio de Janeiro, pela faculdade de jornalismo Pinheiro Guimarães, atua desde 2007, tendo passado por...
Morre aos 99 anos Mirta Baravalle, fundadora das Mães e Avós da Praça de Maio, sem encontrar seu neto desaparecido durante a ditadura argentina.

Buenos Aires – Aos 99 anos, morreu Mirta Acuña de Baravalle, uma das fundadoras das Mães e Avós da Praça de Maio, símbolo da luta por justiça na Argentina. Figura histórica dos direitos humanos, Mirta dedicou sua vida à busca por informações sobre o paradeiro de seu neto ou neta, nascido enquanto sua filha, Ana María Baravalle, estava presa em um centro clandestino durante a ditadura militar (1976-1983). A organização Avós da Praça de Maio lamentou sua perda nas redes sociais, exaltando seu compromisso com a causa.

Em agosto de 1976, Ana María foi sequestrada ao lado de seu marido, Julio César Galizzi, quando estava grávida de cinco meses. Desde então, Mirta passou a buscar incansavelmente pelo filho ou filha de Ana, nascido em cativeiro. Em 1977, ela se uniu a outras mães e avós na Praça de Maio, em Buenos Aires, exigindo respostas sobre os desaparecidos, e foi uma das fundadoras do movimento que se tornou símbolo da resistência contra a opressão.

Uma vida dedicada à busca por crianças desaparecidas

Ao longo de sua trajetória, Mirta desenvolveu inúmeras estratégias para localizar crianças apropriadas pela ditadura, muitas vezes disfarçando-se e se infiltrando em locais suspeitos. A advogada e líder política Myriam Bregman recorda a persistência de Mirta: “Ela partiu sem encontrar Camila ou Ernesto, seu neto ou neta. ‘Meu esqueleto está cansado’, me disse recentemente.”

A ditadura argentina e os desaparecidos

A ditadura militar argentina causou o desaparecimento de cerca de 30.000 pessoas, segundo organizações de direitos humanos. As Avós da Praça de Maio continuam a busca por aproximadamente 300 netos desaparecidos, filhos de prisioneiras políticas que deram à luz enquanto estavam em centros de detenção. Mirta deixa um legado de resistência e esperança, sendo um exemplo para o movimento de direitos humanos na Argentina.

Perguntas frequentes sobre Mirta Baravalle e as Mães da Praça de Maio

Quem foi Mirta Baravalle?

Mirta foi uma das fundadoras das Mães e Avós da Praça de Maio, movimento de luta pelos desaparecidos da ditadura na Argentina.

O que motivou a luta de Mirta?

Mirta buscava seu neto ou neta, nascido em cativeiro após sua filha, Ana María, ter sido sequestrada e mantida em um centro clandestino.

Qual é o papel das Avós da Praça de Maio atualmente?

As Avós seguem em busca dos netos desaparecidos, vítimas de apropriação durante a ditadura, mantendo viva a memória e o pedido de justiça.

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JR Vital é jornalista e editor do Diário Carioca. Formado no Rio de Janeiro, pela faculdade de jornalismo Pinheiro Guimarães, atua desde 2007, tendo passado por grandes redações.
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