Buenos Aires – Os protestos sobre aposentadorias e direitos sociais na Argentina terminaram com confrontos violentos entre manifestantes e a polícia. O fotógrafo Pablo Grillo, de 35 anos, foi atingido na cabeça por uma bomba de gás lacrimogêneo e está internado em estado grave no Hospital Ramos Mejía. Ele passou por cirurgia e o hospital pede doações de sangue.
As manifestações reuniram aposentados e torcedores de futebol contrários às mudanças no sistema previdenciário. A polícia reprimiu os protestos com jatos de água e gás lacrimogêneo. Segundo o jornal La Nación, 120 pessoas foram presas e pelo menos 46 ficaram feridas, incluindo seis policiais.
Governo considera episódio “lamentável”
O chefe de gabinete, Guillermo Francos, afirmou que o caso foi um “acidente imprevisto” e resultado da violência promovida pelos manifestantes. Ele disse que a polícia não tem intenção de atingir indivíduos diretamente com gás lacrimogêneo, mas que incidentes podem ocorrer.
“Espero que a pessoa ferida possa se recuperar”, declarou Francos. O governo argumenta que os manifestantes queriam provocar uma crise institucional contra o presidente Javier Milei.
LEIA TAMBÉM
Como os protestos começaram
Os atos tiveram início após a tentativa da polícia de dispersar manifestantes que se dirigiam ao Congresso argentino. O grupo protestava contra a reforma da previdência e o valor das aposentadorias. Atualmente, o mínimo pago aos aposentados é de 279 mil pesos argentinos (R$ 1.300), enquanto o custo de vida para se manter acima da linha da pobreza é de 334 mil pesos (R$ 1.600), segundo o Instituto Nacional de Estatísticas e Censos.
Os protestos se espalharam pelo centro de Buenos Aires, atingindo a região da Casa Rosada, sede do governo. Durante os confrontos, uma idosa caiu e bateu a cabeça após ser empurrada por um policial.
Entenda o caso: protestos e crise na Argentina
- Reforma da previdência: Manifestantes se opõem às mudanças e ao baixo valor das aposentadorias.
- Confronto com a polícia: Gás lacrimogêneo e jatos de água foram usados para dispersar o protesto.
- Feridos e presos: 46 pessoas ficaram feridas e 120 foram detidas.
- Fotógrafo atingido: Pablo Grillo segue internado após ser atingido na cabeça.
- Governo reage: Autoridades classificaram o caso como “lamentável” e negam intenção de repressão direta.