Gravíssimo

Elon Musk liga Donald Trump a escândalo de pedofilia: “Está nos arquivos de Epstein”

Ex-assessor rompe com presidente dos EUA e insinua envolvimento em rede de pedofilia ligada ao bilionário morto em 2019

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Equipe de jornalistas do Jornal DC - Diário Carioca

WASHINGTON, 5 de junho de 2025 – A instabilidade política nos Estados Unidos ganhou um novo capítulo explosivo nesta quinta-feira. O empresário Elon Musk, ex-integrante do governo norte-americano e proprietário da rede social X, acusou publicamente o presidente Donald Trump de estar envolvido nos arquivos secretos de Jeffrey Epstein, bilionário condenado por tráfico sexual de menores e morto em circunstâncias suspeitas em 2019. “Hora de soltar a bomba de verdade. Donald Trump está nos arquivos Epstein. Essa é a verdadeira razão pela qual o documento não foi tornado público”, escreveu Musk em sua própria plataforma.

A fala de Musk não apenas eleva a tensão interna no núcleo trumpista às vésperas do início da campanha presidencial de reeleição, como também reacende o escândalo de proporções internacionais que envolve abusos sexuais sistemáticos, tráfico de menores e proteção institucional de criminosos de elite.

O rompimento entre Musk e Trump

As declarações de Elon Musk representam mais do que um ataque pessoal: expõem uma ruptura definitiva com Donald Trump, de quem foi aliado estratégico em parte do mandato. Musk ocupou cargos de assessoramento informal nas áreas de tecnologia, indústria e segurança digital até se afastar, em abril, sob a justificativa de “divergências de visão”. Desde então, tem feito críticas veladas ao governo, mas esta foi a primeira acusação direta de caráter criminal.

Ao vincular o nome do presidente aos arquivos de Jeffrey Epstein, Musk quebra um pacto silencioso que há anos cerca os documentos não revelados do Departamento de Justiça, muitos dos quais permanecem em sigilo, sob alegação de “interesse da segurança nacional”.

O que são os “arquivos Epstein”?

Os chamados arquivos Epstein referem-se a uma vasta coleção de documentos judiciais, diários de bordo, registros financeiros, mensagens e depoimentos que detalham o funcionamento da rede de exploração sexual de menores operada pelo financista Jeffrey Epstein. Preso em julho de 2019, Epstein foi encontrado morto em sua cela federal semanas depois, oficialmente por suicídio — versão contestada por peritos independentes e familiares.

Desde sua morte, o caso alimenta teorias, mas também investigações documentadas que apontam conexões de alto escalão. Entre os nomes confirmados nos registros públicos já liberados estão Bill Clinton, Príncipe Andrew, figuras do setor bancário e executivos da mídia. Donald Trump, ex-amigo pessoal de Epstein, é citado informalmente desde 2019, mas jamais foi oficialmente incluído nos trechos divulgados.

Em fevereiro de 2025, o Departamento de Justiça publicou 200 páginas dos arquivos, que incluíam registros de voos no jato de Epstein, visitas à ilha particular nas Ilhas Virgens e trechos de depoimentos de vítimas, muitas das quais descrevem abusos cometidos por “homens poderosos com proteção judicial”. A omissão de determinados nomes públicos gerou críticas severas da imprensa e de parlamentares democratas.

Impacto político imediato

A acusação de Musk ocorre em um momento sensível para Trump, que já enfrenta ações judiciais em diferentes estados, relacionadas à tentativa de subverter o resultado da eleição de 2020, além de violações à Lei de Registros Presidenciais.

O Partido Republicano, agora completamente dominado pela ala trumpista, ainda não se pronunciou sobre as novas declarações de Musk. Já membros do Partido Democrata pediram acesso integral aos arquivos sob a justificativa de “interesse público e segurança institucional”. Organizações como a Human Rights Watch e a National Association for the Protection of Minors reiteraram que o sigilo dos documentos apenas favorece a impunidade e sugeriram nova comissão independente no Congresso.

Musk tenta se reposicionar?

O movimento de Elon Musk também pode ser interpretado como tentativa de recuperar protagonismo político diante do desgaste de sua imagem pública. Após demissões em massa em suas empresas e decisões polêmicas na plataforma X — incluindo a readmissão de usuários banidos por discurso de ódio — Musk viu sua influência declinar nos setores progressistas e até entre investidores.

Acusado de flertar com a extrema-direita e de promover pautas conspiratórias, Musk tenta agora reverter a narrativa: de aliado oportunista de Trump a denunciante corajoso. A estratégia, no entanto, pode sair pela culatra, caso não apresente provas concretas sobre o suposto envolvimento do presidente com os crimes de Epstein.


O Carioca Esclarece

Trump aparece nos arquivos Epstein?
Apesar de ser citado em investigações desde 2019 e constar em fotografias e registros sociais ao lado de Jeffrey Epstein, Donald Trump não teve seu nome incluído nas partes dos arquivos já divulgadas oficialmente. A acusação de Musk reacende o debate sobre o conteúdo mantido sob sigilo.

Por que os arquivos não foram divulgados integralmente?
O Departamento de Justiça alega razões de “segurança nacional” para manter partes dos arquivos lacradas. No entanto, juristas e parlamentares questionam a legalidade e a motivação política desse bloqueio, especialmente quando há indícios de que figuras públicas podem ter cometido crimes graves.

Qual o risco político para Trump?
Alto. Mesmo sem provas diretas no momento, a associação de seu nome com um escândalo de abuso sexual de menores tem potencial devastador. Com a reeleição em curso, a acusação pode mobilizar movimentos sociais, ativistas e fortalecer a oposição interna no partido republicano, caso a base eleitoral moderada reaja negativamente.

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