O secretário-geral da ONU, António Guterres, destacou em pronunciamento recente a gravidade da escalada dos combates em El Fasher, norte do Sudão, controlada atualmente por forças paramilitares conhecidas como Forças de Apoio Rápido (FAR).
O confronto entre essas forças e o exército sudanês já resultou em dezenas de milhares de mortos e lançou uma das piores crises humanitárias em curso no mundo.
Segundo relatos das FAR, a tomada total de El Fasher consolidaria seu domínio sobre toda a região de Darfur, desafiando diretamente o poder do general Abdel Fatah al-Burhan, líder do exército e chefe de facto do país. El Fasher, capital de Darfur do Norte, está sitiada desde maio de 2024, onde cerca de 260 mil civis permanecem bloqueados, com metade da população composta por crianças, vivendo sob intenso cerco e escassez crítica de alimentos, água e atendimento médico.
O alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Türk, alertou para o iminente risco de violações étnicas e massacres contra a população civil, reforçando o pedido para a abertura urgente de corredores humanitários que permitam a retirada segura dos civis e o acesso irrestrito a ajuda humanitária.
O conflito entre os militares do exército e as FAR, que tiveram origem em milícias paramilitares e agora se articularam como uma força autônoma, já deslocou mais de 12 milhões de pessoas. A ONU considera a guerra no Sudão uma das piores crises humanitárias globais. A intensificação recente dos combates, incluindo ataques a hospitais e mesquitas, agravou a situação da população local.


