O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou, ao lado do ministro da Fazenda Fernando Haddad, um pacote emergencial de R$ 30 bilhões para amparar empresas brasileiras atingidas pela tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre mais da metade das exportações nacionais.
A iniciativa busca preservar empregos, manter capital de giro e abrir novos mercados, reduzindo a dependência do comércio com o mercado norte-americano.
Impacto direto na economia brasileira
Em vigor desde 6 de agosto, a sobretaxa afeta 55% da pauta exportadora brasileira para os EUA, com forte peso em café, carnes, têxteis, açúcar e pescados. O governo aponta risco de demissões em cadeia e retração de investimentos, especialmente entre pequenos e médios exportadores.
Medidas centrais do pacote
O anúncio, feito no Palácio do Planalto com empresários, líderes do Congresso e ministros, contempla:
- Linha de crédito de até R$ 30 bilhões, com juros subsidiados, destinada a empresas que comprovem perdas, priorizando micro, pequenas e médias.
- Cláusula de manutenção de empregos como requisito para acesso ao crédito, com exceções para casos de prejuízos graves.
- Ampliação do Fundo de Garantia à Exportação (FGE) para financiar exportadoras e fornecedores atingidos.
- Recursos para capital de giro, adaptação produtiva, inovação tecnológica e abertura de novos mercados.
- Diferimento de tributos e ampliação do prazo para uso de créditos tributários no regime de Drawback.
- Compras públicas de produtos perecíveis impactados — como frutas e pescados — para programas como a merenda escolar.
Estratégia para reduzir dependência externa
O Planalto quer transformar a crise em oportunidade para diversificação de destinos comerciais e fortalecimento de cadeias produtivas internas. A meta é abrir negociações com China, União Europeia, Países Árabes e África, buscando novos acordos e fluxo de exportações.


