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Ancestralidade

Espetáculo “Do Sonho Da Terra” dança as memórias de povos negros e indígenas para imaginar futuros possíveis

Do Sonho Da Terra é uma ação cênica que transversaliza a dança, o teatro e a performance

Fruto do encontro entre uma mulher negra e um homem de ancestralidade indigena — Juliane Cruz e Hugo Leiva, respectivamente —, o espetáculo “Do Sonho Da Terra” parte da ancestralidade desses dois povos para investigar a relação entre corpo, território e sonho. Em cena, entende-se o sonho não como fuga da realidade, mas como ferramenta de resistência e criação de futuros possíveis. Dirigido por Maurício Lima e com direção criativa de Laryssa Machada, a performance estreia no Teatro de Arena do Sesc Copacabana, com apresentações de quinta (12) a domingo (15), às 20h. Ingressos gratuitos, disponíveis na bilheteria. 

A ação cênica transversaliza a dança, o teatro e a performance, contando algumas das diversas histórias brasileiras fruto da diáspora negra e indígena. “O espetáculo surgiu do desejo de falar sobre ancestralidade, de entender como somos constituídos pelos sonhos dos nossos ancestrais, de pensar os cruzos entre os povos negros que aqui chegaram e os povos originários que aqui viviam”, conta Juliane Cruz, atriz e idealizadora do espetáculo que divide com Hugo Leiva.

Juntos, Juliane e Hugo aprofundaram suas pesquisas em performance, dança e ocupação de espaços urbanos sob uma perspectiva contracolonial. Dessa convergência nasceu “Do Sonho Da Terra”, obra que os artistas definem como uma dramaturgia do corpo — um corpo que sonha e rememora a partir da cidade, entendida também como floresta. “O espetáculo também é sobre essa cidade-floresta, sobre resgatar territórios de memória que foram soterrados e constantemente disputados”, explica Juliane.

 “Do Sonho da Terra” é inspirado na ideia de Leda Maria Martins, de que o corpo é lugar de memória, e na cosmologia do sonho proposta por Davi Kopenawa, que diferencia as formas de ver e compreender o mundo entre os brancos e o povo Yanomami. Segundo ele, os Yanomami são bons sonhadores porque Omama, criador do mundo, incluiu o sonho como elemento constitutivo deles. Em contraste, Kopenawa observou que “os brancos dormem muito, mas só sonham com eles mesmos”.

Os intérpretes, apreendendo pelo corpo e pela memória da ancestralidade diaspórica, confabulam os seus sonhos, entendendo-os como ferramentas para imaginar e construir outras realidades, outros modos possíveis de existir no mundo. “A gente quis reivindicar o sonho como uma perspectiva de existência negra e originária. Sendo assim, o espetáculo convida a uma experiência sensorial — convida o público a vivenciar ritualidades, a entrar na floresta, a sonhar com os encantados, a dançar com os tambores, com a terra, com a água, com o vento. É nesse lugar, onde o corpo em performance fala por si, que a narrativa se constrói”, reflete Juliane.

SINOPSE:

Do Sonho Da Terra é uma ação cênica que transversaliza a dança, o teatro e a performance. Os intérpretes-criadores, partindo da perspectiva do corpo enquanto lugar da memória, constroem no espaço — com movimento, imagem, dança e poesia — outras formas de experimentar a vida. Pensa-se a partir da cosmologia do sonho para reconstruir as falas dessa cidade/floresta, lugar onde se encontram todos esses seres, pano de fundo onde se contam suas histórias, frutos das diásporas negra e indígena.

SERVIÇO:

SERVIÇO

Local: Teatro de Arena do Sesc Copacabana

Endereço:R. Domingos Ferreira, 160 – Copacabana, Rio de Janeiro – RJ
Datas e horário: 12 a 15 de Junho (quinta a domingo)

Horário: 20h

Ingresso: Gratuito
Duração: 50min
Classificação: 12 anos

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