Uma Lenda

Ozzy Osbourne morre aos 76 anos

Ícone do Black Sabbath enfrentava problemas de saúde e encerra um legado fundador do heavy metal

JR Vital
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JR Vital
JR Vital é jornalista e editor do Diário Carioca. Formado no Rio de Janeiro, pela faculdade de jornalismo Pinheiro Guimarães, atua desde 2007, tendo passado por...
Alberto Cabello, CC BY 2.0 , via Wikimedia Commons

Londres, 22 de julho de 2025 — Morreu nesta terça-feira Ozzy Osbourne, 76, fundador do Black Sabbath e um dos artistas mais influentes da história do rock. A causa da morte não foi revelada pela família.

Voz do caos industrial que virou mito global

Ozzy nasceu John Michael Osbourne, em 1948, na Birmingham devastada do pós-guerra. Cresceu entre fábricas e becos operários — cenário que alimentaria as distorções sombrias do heavy metal. Fundou o Black Sabbath em 1968 com Tony Iommi, Geezer Butler e Bill Ward. Juntos, esculpiram o som do pesadelo: riffs arrastados, letras sombrias e uma estética antipop que virou culto.

O disco “Paranoid”, de 1970, definiu o gênero. A faixa-título, ao lado de “Iron Man” e “War Pigs”, transformou Ozzy em símbolo de uma geração à margem. Seu vocal desesperado e teatral não imitava ninguém. Ele fundou um estilo.

Carreira solo, excessos e renascimento

Demitido do Black Sabbath em 1979, após anos de abuso de álcool e drogas, Ozzy renasceu na carreira solo com o clássico “Blizzard of Ozz”. Vieram hits como “Crazy Train” e “Mr. Crowley”, parcerias lendárias com o guitarrista Randy Rhoads e um estrelato inesperado que atravessou as décadas.

Nos anos 2000, virou celebridade televisiva com o reality “The Osbournes”, exibido na MTV. Foi ali que o mundo viu o caos doméstico por trás da figura mitológica. Ozzy virou meme, ícone pop e sobrevivente improvável.

Diagnosticado com Parkinson em 2019, conviveu com dores crônicas e cirurgias recorrentes. Em público, oscilava entre fragilidade física e presença magnética. “Ainda estou vivo”, dizia com ironia, quando questionado sobre a morte.

Tributo ao último marginal do rock

Ozzy jamais pediu licença para existir. Foi chamado de “Príncipe das Trevas” por morder morcegos no palco, cantar sobre a guerra, invocar demônios fictícios e rir da própria decadência. Transformou o escândalo em estética e a dissonância em arte.

Sua morte encerra um ciclo onde o rock ainda era perigo real — e não adereço de festival. Ozzy representava a brutalidade crua da classe trabalhadora britânica, filtrada por amplificadores distorcidos e gritos contra Deus e o sistema.

Deixa a esposa Sharon Osbourne e seis filhos: Aimee, Kelly, Jack, Jessica, Louis e Elliot. Milhões de fãs, músicos e rebeldes do mundo inteiro seguirão gritando em seu nome.

Perguntas e Respostas

Quem foi Ozzy Osbourne?
Cantor britânico, fundador do Black Sabbath e um dos criadores do heavy metal.

Qual foi o impacto de sua carreira?
Definiu o som, a atitude e a estética do metal. Influenciou gerações no rock e na cultura pop.

Quando ele morreu?
Nesta terça-feira, 22 de julho de 2025. A causa da morte não foi divulgada.

Ele ainda se apresentava?
Parou de fazer turnês após 2019, devido a problemas de saúde, mas seguiu ativo em estúdio e nas redes.

O que significa sua morte para o rock?
Marca o fim de uma era em que o rock ainda era subversão e confronto cultural.

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JR Vital é jornalista e editor do Diário Carioca. Formado no Rio de Janeiro, pela faculdade de jornalismo Pinheiro Guimarães, atua desde 2007, tendo passado por grandes redações.