Filme “Apenas 3 Meninas” retrata luta de adolescentes da Zona Norte do Rio por acesso a absorventes

Longa de Susanna Lira, com Mel Maia e Letícia Braga no elenco, dramatiza história real por trás da primeira lei estadual do Brasil contra a pobreza menstrual

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JR Vital é jornalista e editor do Diário Carioca. Formado no Rio de Janeiro, pela faculdade de jornalismo Pinheiro Guimarães, atua desde 2007, tendo passado por...
Mel Maia, Lívia Silva e Leticia Braga.Foto: Rodrigo Montenegro

Começaram nesta semana, no Rio de Janeiro, as filmagens de “Apenas 3 Meninas”, novo longa da diretora Susanna Lira, que dramatiza a luta real de três adolescentes da Zona Norte carioca contra a pobreza menstrual. O filme é uma coprodução da PANORÂMICA, ELO STUDIOS e PARAMOUNT PICTURES BRASIL, com estreia prevista para 2026.


Enredo inspirado em fato real: o combate à pobreza menstrual

Em 2020, diante de dados chocantes — como o de que uma em cada quatro adolescentes brasileiras não têm acesso a absorventes —, três jovens decidiram agir. Amanda, Bia e Maria Fernanda mobilizaram a escola, as comunidades e parlamentares e inspiraram a primeira lei estadual do país que garante a distribuição gratuita de absorventes, sancionada em 2021 na Assembleia Legislativa do Rio (ALERJ).

O filme transforma essa realidade em ficção com personagens inspiradas nas jovens ativistas. Mel Maia, Lívia Silva e Letícia Braga interpretam Amora, Irene e Luana, protagonistas da história.


Elenco de peso e direção engajada

Com direção de Susanna Lira (“Torre das Donzelas”, “Rotas do Ódio”), o elenco também conta com Milhem Cortaz, Juliana Alves, Shirley Cruz, Roberta Rodrigues e Nicole Orsini.

“Apenas 3 Meninas mostra como três adolescentes sem acesso a itens básicos de higiene transformam a própria vida e a da comunidade com coragem e solidariedade”, afirma Susanna.

A diretora, conhecida por trabalhos que entrelaçam cinema e justiça social, celebra a oportunidade de dar visibilidade a um tema invisibilizado pelas elites e pelos meios tradicionais de comunicação.


Produção com DNA de impacto social

Mara Lobão, sócia da Panorâmica, afirma que o projeto nasceu de um incômodo pessoal:

“Não tirei essa história da cabeça até conseguir os direitos e os recursos para filmá-la. O filme é uma forma de mobilização por dignidade.”

Para Sabrina N Wagman, CEO da ELO STUDIOS, o filme vai além do entretenimento:

“Acreditamos no poder transformador do audiovisual. Esta história prova que a mudança começa com as meninas — mas precisa do engajamento de todos.”


O problema: Pobreza menstrual no Brasil

  • 1 em cada 4 adolescentes brasileiras não tem acesso regular a absorventes, segundo dados do Unicef;
  • 20% não têm água encanada em casa;
  • 200 mil estudantes frequentam escolas sem banheiro;
  • A ONU estima que uma em cada 10 meninas abandona as aulas durante o período menstrual em países em desenvolvimento.

O projeto de lei citado no filme foi proposto pelo deputado Renan Ferreirinha (PSB-RJ), aprovado por unanimidade na ALERJ e serviu de base para projetos similares em outras partes do país.


O Diário Carioca analisa

O lançamento de “Apenas 3 Meninas” acontece em um momento estratégico em que o cinema nacional precisa se reconectar com sua vocação política e social. A pobreza menstrual é uma das expressões mais cruéis da desigualdade no Brasil e, até recentemente, era ignorada pela mídia tradicional, pelo Estado e até por parte do movimento feminista institucional.

O filme atua como ferramenta de denúncia e inspiração — e deve ser tratado como peça educativa e de mobilização social, com potencial para impactar escolas, redes públicas de saúde e políticas públicas locais.


FAQ – Perguntas Frequentes

O filme é baseado em fatos reais?

Sim. A história foi inspirada em três adolescentes que, em 2020, lideraram uma mobilização popular que culminou na aprovação da primeira lei estadual brasileira de combate à pobreza menstrual.

Quem dirige o longa?

Susanna Lira, cineasta premiada por obras de forte cunho político e social.

Quando o filme será lançado?

A previsão é que Apenas 3 Meninas seja lançado em 2026, após o circuito de festivais.


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JR Vital é jornalista e editor do Diário Carioca. Formado no Rio de Janeiro, pela faculdade de jornalismo Pinheiro Guimarães, atua desde 2007, tendo passado por grandes redações.