Seca na região amazônica: após registrarem subidas, alguns rios voltam a descer

Novo Boletim de Monitoramento Hidrológico da Bacia do Amazonas mostra que os níveis dos rios têm oscilado e seguem baixos para o período

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JR Vital é jornalista e editor do Diário Carioca. Formado no Rio de Janeiro, pela faculdade de jornalismo Pinheiro Guimarães, atua desde 2007, tendo passado por...

Os níveis de alguns rios da Bacia do Amazonas voltaram a descer, após registrarem subidas. Foram registradas descidas em trechos dos rios Amazonas, Negro, Solimões e Branco. Em Óbidos (PA), o Amazonas registrou a mínima histórica de -93 cm, na quinta-feira (9). Os dados fazem parte do 49º Boletim de Monitoramento Hidrometeorológico da Bacia do Amazonas , divulgado nesta sexta-feira (10) pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB).

De acordo com a pesquisadora em geociências do SGB Jussara Cury, as chuvas abaixo da média nas cabeceiras dos rios – no Alto Solimões e Alto Negro – têm impactado os níveis e dificultado a recuperação. Apesar disso, ela explica que as oscilações nos níveis – com pequenas subidas e descidas – “fazem parte do processo de estabilidade da vazante”. A recuperação depende das chuvas nas cabeceiras e ao longo da bacia. O período chuvoso é esperado para a segunda quinzena de novembro.

Descida dos níveis

Em Manaus (AM), o Rio Negro caiu para a cota de 13,13 m. Outros pontos da calha do Negro também apresentaram recessão: em Tapuruquara (AM) a cota atual é de 1,33 m, tendo sido observadas descidas médias diárias de 7 cm. Na estação de São Gabriel da Cachoeira (parte norte da Bacia), foi observada a cota de 4,99 metros. Em Barcelos, o rio iniciou a semana com estabilidade, mas voltou a descer nos últimos dias, chegando à marca de 1,96 m.

Em Tabatinga (AM), o Rio Solimões iniciou a semana com descidas, mas voltou a subir. A cota atual é de 87 cm. “O rio está recebendo contribuições das chuvas na região dos Andes (que alimenta o Solimões) e apresentou subida na ordem de 49 cm nos últimos três dias. Isso, de certa forma, vai ajudar no processo de estabilidade do nível do rio, para que voltem as subidas e se configure o final da vazante no Solimões”, explica Jussara. O nível do rio no Alto Solimões impacta outros trechos da Bacia do Rio Amazonas, que tendem a reproduzir o comportamento ao longo das semanas.

Segundo os dados do Boletim, o Rio Amazonas (AM) continua descendo em Itacoatiara (AM) e Careiro da Várzea (AM). As cotas atuais são 60 cm e 68 cm, respectivamente. Já em Parintins (AM) foi observada certa estabilidade, e o rio está na marca de -2,12 m. O Rio Branco continua em processo de recessão e, ao longo da semana, apresentou pequenas descidas em Boa Vista (RR) e certa estabilidade em Caracaraí (RR).

Subida dos níveis

Já em outros pontos da Bacia do Amazonas, foi possível observar o aumento dos níveis. O Rio Madeira, em Porto Velho (RO), teve recuperação de 2,04 m do nível e chegou a 2,79 m. Na estação, foi registrada neste ano a mínima histórica de 1,1 m. “O rio se recuperou bem e essas águas estão chegando na região do estado do Amazonas, especificamente no município de Humaitá, que apresentou subidas diárias da ordem de 16 cm. O aumento vai contribuir para a estabilidade do Rio Amazonas em Itacoatiara”. Em Humaitá (AM), a cota é de 10,61 m.

Em Rio Branco, capital do Acre, o Rio Acre (da Bacia do Rio Purus), apresentou elevação média diária de 6 cm e chegou à cota de 1,96 m. Em Beruri (AM), a marca atual do rio é de 4,07 m.

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JR Vital é jornalista e editor do Diário Carioca. Formado no Rio de Janeiro, pela faculdade de jornalismo Pinheiro Guimarães, atua desde 2007, tendo passado por grandes redações.