Crime

Operação em Campinas mira traficante Mijão e empresários ligados ao PCC

Megaoperação do Baep e Ministério Público bloqueia imóveis de luxo e prende influenciador digital

JR Vital
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JR Vital
JR Vital é jornalista e editor do Diário Carioca. Formado no Rio de Janeiro, pela faculdade de jornalismo Pinheiro Guimarães, atua desde 2007, tendo passado por...
© PMSP/Divulgação

Campinas (SP) foi o centro de uma megaoperação deflagrada em 30 de outubro contra um sofisticado esquema de lavagem de dinheiro ligado a dois dos traficantes mais procurados do Brasil, integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC). A ação é conduzida pelo 1º Batalhão de Ações Especiais de Polícia (Baep) em conjunto com o Ministério Público de São Paulo.

Os principais alvos são Sérgio Luiz de Freitas Filho, conhecido como “Mijão” ou “2X”, e Álvaro Daniel Roberto (Caipira). Ambos estão foragidos há anos e são considerados entre os criminosos mais procurados do país. A operação cumpriu nove mandados de prisão preventiva e 11 de busca e apreensão, além de bloquear 12 imóveis de alto padrão e os valores presentes em contas bancárias. As ações ocorreram em condomínios luxuosos, como Alphaville e Swiss Park, e em cidades da região, como Mogi Guaçu e Artur Nogueira.

Durante a operação, houve confronto entre policiais e um dos investigados, que morreu no local. Um policial militar foi baleado e levado ao Hospital de Clínicas da Unicamp para atendimento médico.

A investigação é um desdobramento de ações anteriores (“Linha Vermelha” e “Pronta Resposta”) que desmantelaram planos do PCC para assassinatos, incluindo o do promotor Amauri Silveira Filho, em Campinas. As apurações identificaram uma rede que usava empresas de fachada e atividades legais para mascarar grandes valores oriundos do tráfico de drogas, espalhando patrimônio por meio de transações imobiliárias para disfarçar a origem criminosa.

Entre os presos está o influenciador digital Eduardo Magrini, o “Diabo Loiro”, membro importante do PCC com passagens por homicídio e outros crimes. Ele ostentava estilo de vida luxuoso nas redes sociais, o que chamou atenção dos investigadores.

“Caipira” é apontado como chefe no esquema de tráfico com conexões internacionais, incluindo o cartel colombiano do Vale do Norte. Ele opera uma das principais rotas de cocaína do Brasil, conhecida como “Rota Caipira”. Preso em 2013 e colocado em prisão domiciliar, fugiu e segue foragido.

A operação busca desmontar o núcleo financeiro do crime organizado, revelando o elo entre traficantes, empresários e agiotas, expandindo a investigação sobre lavagem de dinheiro e patrimônio oculto.

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JR Vital é jornalista e editor do Diário Carioca. Formado no Rio de Janeiro, pela faculdade de jornalismo Pinheiro Guimarães, atua desde 2007, tendo passado por grandes redações.