Moradores denunciam Tortura: Corpos amarrados e esfaqueados foram encontrados após chacina no Rio

Moradores relatam cenas chocantes e familiares protestam contra violência policial na Penha

JR Vital
por
JR Vital
JR Vital é jornalista e editor do Diário Carioca. Formado no Rio de Janeiro, pela faculdade de jornalismo Pinheiro Guimarães, atua desde 2007, tendo passado por...
Chacina no Rio comandada pelo Governo Cláudio Castro © Eusébio Gomes/TV Brasil

Moradores do Complexo da Penha, na zona norte do Rio, denunciaram que diversos corpos encontrados na mata da Serra da Misericórdia após a megaoperação policial apresentavam sinais claros de tortura: estavam amarrados, com marcas de facadas e, em pelo menos um caso registrado pela imprensa, até decapitado. A brutalidade dos achados reforça as suspeitas de execuções durante a operação.

Segundo a Associação de Moradores da Penha, 72 corpos foram levados à Praça São Lucas, onde familiares e voluntários organizaram uma fila para reconhecimento das vítimas com auxílio da OAB-RJ. Dez carros com corpos seguiram para o Instituto Médico-Legal (IML). As cenas foram descritas como de desespero e indignação, com denúncias de violência excessiva por parte da polícia.

A Defensoria Pública do Rio confirmou que o total de mortos, incluindo os encontrados na mata, pode ter ultrapassado 130 pessoas após a megaoperação contra o Comando Vermelho.

Uma familiar de uma das vítimas relatou:

“Tinha corpos sem cabeça, com marcas de faca. Não tinha necessidade de fazerem isso. Muita gente morreu. Eles só vêm para matar.”

Diante do luto e revolta, os moradores realizaram uma vigília improvisada na comunidade, com faixas e protestos diretos ao governo estadual. Uma moradora resumiu o sentimento:

“Você mandou fazer essa chacina. Isso não foi operação, isso foi chacina.”

Outras testemunhas denunciaram a desigualdade social que persiste nas favelas, ressaltando que a violência não atinge só criminosos, mas também trabalhadores e famílias que vivem ali. A grave situação expõe o abismo entre a promessa oficial de segurança e o custo humano real das intervenções policiais.

Apesar dos relatos, o governador Cláudio Castro manteve o discurso de que as únicas vítimas foram os quatro policiais mortos, desconsiderando as denúncias de execuções e violência extrema. A Defensoria Pública já iniciou investigação sobre possíveis violações de direitos humanos e exigiu que o Estado apresente a identificação completa das vítimas.

https://www.diariocarioca.com/wp-content/uploads/2025/09/Parimatch-728-90.jpg
Seguir:
JR Vital é jornalista e editor do Diário Carioca. Formado no Rio de Janeiro, pela faculdade de jornalismo Pinheiro Guimarães, atua desde 2007, tendo passado por grandes redações.