Rio de Janeiro – Josias Bezerra Menezes, de 41 anos, mais conhecido como “Senhor das Armas”, é hoje uma das figuras-chave na guerra entre o Comando Vermelho (CV) e o PCC. Ex-pastor evangélico, ele virou peça central no tráfico de armas e está foragido no Complexo da Maré.
Segundo investigações da DIG de Limeira, Josias é o elo entre o CV e o Bando do Magrelo, grupo rival do PCC no interior paulista. Ele coordena entregas de armas pesadas e também autoriza execuções por telefone.
Ascensão no crime
Em 2018, Josias foi flagrado na Via Dutra com sete fuzis, várias pistolas e mais de 500 munições. Acabou condenado a quatro anos e meio, mas saiu da prisão em janeiro de 2023. Pouco depois, voltou a atuar com ainda mais influência.
Interceptações mostram Josias ordenando mortes de dentro da favela. Dois policiais – o cabo Carlos Alexandre dos Santos e o guarda civil Denis Davi – foram presos na Operação Hitman, acusados de colaborar com o CV.
Arsenal negociado por WhatsApp
Em novembro, a facção roubou um arsenal de um instrutor de tiro – que é sogro de Denis. O grupo usou o WhatsApp para vender metralhadoras, fuzis e espingardas. As armas tinham como destino as tropas do CV.
O objetivo principal era controlar a “Rota Caipira”, um corredor clandestino que liga a Bolívia e a Colômbia ao estado de São Paulo, usado para escoar drogas e armas.
Polícia infiltrada
A ofensiva revelou o envolvimento de agentes públicos no crime organizado. Três GCMs de Araras foram afastados, e um policial militar acabou preso pela própria corporação. Mesmo assim, Josias segue foragido e ampliando o poder do CV.
A guerra pelo controle do interior paulista segue quente, com o ex-pastor atuando como cérebro e braço armado do Comando Vermelho fora dos holofotes.