Vídeos gravados por moradores dos complexos do Alemão e Penha contradizem a versão oficial do governador Cláudio Castro (PL) sobre os confrontos da megaoperação policial que resultou em 132 mortos no Rio de Janeiro. Durante coletiva nesta quarta-feira (29), Castro afirmou que os tiroteios ocorreram exclusivamente em “área de mata”, justificando assim que as vítimas seriam “bandidos”.
No entanto, as imagens mostram intensa troca de tiros em áreas urbanizadas, com casas sendo atingidas, ruas cobertas de cápsulas de balas e até animais mortos no asfalto, indicando que o conflito se deu também em zonas residenciais densas e não isoladas. Moradores relatam que corpos ainda estão espalhados por diversas comunidades, principalmente na Vila Cruzeiro.
Em defesa da operação, Castro reafirmou que as únicas vítimas foram os quatro policiais mortos, classificando como “irrisório” o número de civis eventualmente atingidos. Organizações de direitos humanos e a Defensoria Pública cobram investigação independente, apontando indícios de execuções sumárias e divergências entre os números oficiais e relatos da população.
Secretário de Segurança do Rio, Victor Santos, admitiu que até o momento nenhuma das vítimas foi identificada no Instituto Médico Legal (IML) e defendeu que o planejamento da operação visou reduzir o confronto em áreas edificadas. Ainda assim, os vídeos captados contestam essa versão, mostrando a brutalidade da ação nas áreas urbanas.
Os vídeos reforçam a polêmica em torno da operação Contenção, questionando a narrativa oficial e alimentando cobranças por transparência e justiça.


