A chegada do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, à Malásia para participar da 47ª Cúpula da ASEAN ocorreu no domingo (26) sob protestos intensos da população local. Centenas de manifestantes se reuniram em Kuala Lumpur, denunciando o apoio dos EUA a Israel e condenando o que classificam como genocídio contra o povo palestino em Gaza. Slogans em favor da resistência palestina e críticas ao imperialismo americano foram entoados, exigindo que o governo malaio rompesse laços diplomáticos e militares com os EUA.
Organizado pelo Partido Socialista da Malásia (PSM) junto a outras organizações civis, o protesto contou inclusive com um tribunal popular que julgou simbolicamente Trump por crimes de guerra, incluindo o genocídio em Gaza. Em um gesto simbólico de repúdio, manifestantes atiraram sapatos em recortes do presidente americano.
Trump realizou sua primeira visita ao Sudeste Asiático desde que reassumiu a presidência, mantendo encontros bilaterais relevantes, inclusive com o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, que estava também na cúpula. A visita, no entanto, foi marcada pela discordância popular com a política externa dos EUA na região e no mundo, citando especialmente sanções, intervenções militares e suporte a regimes repressivos.
O protesto exemplifica a resistência crescente aos Estados Unidos em partes do Sudeste Asiático, que promovem a região como zona de paz e neutralidade, e denunciam a influência hegemônica americana como fator de instabilidade política e social local.


