O ex-presidente Michel Temer (MDB) confirmou nesta segunda-feira (27) ter recebido um convite formal do PSDB para se filiar ao partido com objetivo de disputar a Presidência da República em 2026. O convite foi feito por Marconi Perillo, presidente nacional do PSDB, e Temer classificou o gesto como “uma gentileza” e “reconhecimento do nosso governo”. Apesar disso, evitou se comprometer quanto à saída definitiva do MDB, partido ao qual é filiado desde 1981 e do qual é presidente de honra.
Estratégia e movimentações políticas
Nos bastidores tucanos, a iniciativa de convidar Temer faz parte de uma estratégia mais ampla para reposicionar o PSDB no cenário nacional, apostando em nomes com experiência administrativa reconhecida e apelo moderado para atrair eleitores cansados da polarização política. O ex-presidente figura como-atrito de centro capaz de fortalecer a sigla nas negociações por palanques estaduais e alianças no Congresso.
Por outro lado, a permanência de Temer no MDB segue indefinida, com sua fala mantendo pontes abertas em ambos os lados. O MDB, partido heterogêneo e dividido internamente, dificilmente concederia legenda para uma candidatura presidencial do ex-presidente, o que pressiona Temer a avaliar a melhor estratégia sem romper com o grupo atual.
Multiplicidade de mensagens de Temer
Analistas interpretam a fala de Temer como um duplo recado:
- Reforço de sua imagem de moderador institucional e catalisador de reformas, destacando o reconhecimento a seu governo.
- Preservação do espaço político no MDB, evitando desgastes precoces e mantendo flexibilidade para definir seu futuro partidário.
Assim, Temer se posiciona como peça-chave no centro do tabuleiro político para as eleições de 2026, com potencial para integrar chapas e forças moderadas.


