A influenciadora Aline Bardy Dutra, conhecida como Esquerdogata nas redes sociais, anunciou que pretende pedir desculpas ao policial militar que ofendeu durante uma abordagem em Ribeirão Preto (SP).
O episódio, registrado em vídeo, mostra Aline dirigindo ofensas de caráter racial, classista e cultural à equipe do 51º Batalhão da Polícia Militar, que resultaram em sua prisão no sábado (25). Ela foi liberada após audiência de custódia no mesmo dia.
Defesa atribui comportamento a fatores externos e emociona-se com vídeo
Em nota assinada pelos advogados Douglas Eduardo Marques e Roberto Bertholdo, a defesa informou que os “excessos” registrados ocorreram sob efeito de álcool combinado a medicamentos controlados. Aline teria ficado “em pânico” diante da abordagem, reconhecendo a necessidade de pedir desculpas ao policial e a todos eventualmente ofendidos. “Ela acredita ser essa sua obrigação humana, no mínimo”, afirmam os advogados.
A influenciadora declarou não se lembrar dos fatos e estar “emocionalmente devastada” após rever as imagens. O comunicado ressaltou que as atitudes exibidas “não representam seu pensamento nem sua trajetória de luta por igualdade e respeito”.
Conduta denunciada e repercussão pública
O vídeo mostra Aline alterada, insultando os policiais e ostentando sua condição financeira: “Minha sandália vale o carro de vocês”, disse. Em outro momento, chamou um agente de “fascistinha” e afirmou que sua prisão poderia torná-la “deputada federal”. Ainda ridicularizou a renda dos PMs e ironizou a forma verbal utilizada por um policial em depoimento.
De acordo com relatório da Polícia Militar, a prisão foi motivada por uma frase considerada ofensiva: “um preto querendo foder outro preto”, dirigida a um homem negro durante ação policial. Aline tentou quebrar o vidro da viatura com as algemas e precisou ser contida. As imagens foram entregues à Polícia Civil, que investiga o caso.
Defesa nega injúria racial e processo segue em andamento
Os advogados negam intenção de injúria racial, afirmando que Aline está abalada e que não houve ofensa motivada por cor. A influenciadora, que soma quase 900 mil seguidores no Instagram, deverá cumprir medidas cautelares, incluindo restrição noturna e apresentação de laudo psicológico bimestral.
O caso gerou ampla repercussão, especialmente entre apoiadores e figuras públicas. Alguns perfis exigem retratação imediata, enquanto aliados da esquerda temem que o episódio enfraqueça o discurso antirracismo das redes. A Polícia Civil mantém o inquérito em andamento, anexando os vídeos no processo. Em caso de denúncia, Aline poderá responder por desacato e injúria racial, com penas de até cinco anos.


