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Ar na Floresta da Tijuca é até sete vezes mais puro do que em outros bairros do Rio

Pesquisadores da UVA mediram a quantidade de hidrocarbonetos precursores do ozônio em quatro pontos da cidade em estudo que mostrou a importância da preservação da Mata Atlântica para garantir a qualidade do ar

O ar mais puro da Floresta da Tijuca, que, junto com o clima ameno, atrai turistas e visitantes o ano todo, chega a ser sete vezes menos poluído do que de bairros, como, por exemplo, Del Castilho, na Zona Norte do Rio de Janeiro. 

O estudo foi realizado por um grupo de pesquisadores da Universidade Veiga de Almeida e da Universidade Federal do Rio de Janeiro, que mediu a quantidade de hidrocarbonetos (HCs) precursores do ozônio em quatro pontos da cidade. Ao lado do material particulado fino, o ozônio é o maior responsável pela poluição atmosférica, que atinge diretamente a saúde humana. O trabalho foi publicado na revista Chemosphere, publicação internacional de referência para a área de Ciências Ambientais. 

De acordo com o coordenador da pesquisa, professor Cleyton Martins, do Mestrado em Ciências Ambientais da UVA, apesar do ar puro ser uma marca registrada do parque, a influência sobre a qualidade do ar em interação com a Região Metropolitana ainda não é bem conhecida, por isso a necessidade de um estudo mais detalhado. “As medições que fizemos em comparação com outras áreas urbanas da cidade nos provaram que a densidade de cobertura vegetal de Mata Atlântica presente no Parque Nacional da Tijuca funciona como uma barreira contra a poluição atmosférica”, explicou. 

O grupo, que há sete anos realiza estudos na Floresta da Tijuca, usou uma metodologia recentemente desenvolvida para fazer a coleta e a análise do ar. Nesse estudo, amostras foram coletadas em duas áreas da floresta, no Parque Nacional da Tijuca (TNP) e no Parque Estadual do Grajaú (GSP), e em duas áreas urbanas representativas: bairros da Tijuca e Del Castilho. 

Segundo o professor, as concentrações totais de HCs dentro da área verde foram claramente menores do que nos distritos urbanizados, apesar do impacto antrópico dos visitantes e da proximidade da área urbana. “Os pontos de amostragem dentro da floresta são atualmente visitados por centenas de pessoas. Mesmo assim, a densidade de mata impede que a poluição se estenda até a floresta. Já no Parque do Grajaú, as amostras tiveram índices maiores de hidrocarbonetos, o que mostra a importância da extensão da área de superfície de cobertura vegetal. Não adianta apenas arborizar a cidade com mais praças, a Mata Atlântica preservada é que faz a diferença”, argumenta. 

Os valores medianos foram 21,5 µg m-3 na Floresta da Tijuca, 35,5 µg m-3, no Parque do Grajaú, 57,9 µg m-3 na Tijuca e 148,6 µg m-3 em Del Castilho. As concentrações totais de hidrocarbonetos foram, portanto, respectivamente maiores em Del Castilho e Tijuca, seguidos pelo Parque do Grajaú e Floresta da Tijuca. 

A pesquisa também avaliou em que medida a floresta e a zona urbanizada contribuem para a formação de ozônio troposférico, chegando à conclusão de que, em todos os casos, as massas de ar nas áreas urbanizadas apresentaram um maior potencial para formar ozônio.
 

Em estudos anteriores, o grupo de pesquisadores da UVA já havia encontrado menores valores de Material Particulado Fino (MP2,5) e Gases de Efeito Estufa (importantes para as mudanças climáticas) em áreas pertencentes à Mata Atlântica quando comparadas a outras áreas urbanizadas.
 

“Observamos que a Floresta da Tijuca, bem como toda a Mata Atlântica, desempenha um papel fundamental na mitigação dos poluentes atmosféricos, sobretudo em grandes cidades como o Rio de Janeiro, seja por meio da absorção e adsorção de poluentes, seja atuando como uma barreira física natural às massas de ar que transportam poluentes”, explicou o professor.
 

Diante destes resultados, o professor Cleyton Martins chama a atenção para a importância da preservação da Mata Atlântica. “Preservar a Mata Atlântica e criar mecanismos para tal é dever de todos, sobretudo considerando a sua importância não só pela sua biodiversidade, mas também para a regulação climática e disponibilidade hídrica, e ainda para a qualidade do ar e a mitigação das mudanças climáticas”, concluiu o especialista.

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